31 de jan. de 2013

aquele da primeira vez no rio de janeiro

"até que um dia, aaaaaaanos depois, eu já no meu trabalho, eu abro o jornal e leio:

GUNS N´ROSES CONFIRMADO PRO ROCK IN RIO.

nem é preciso dizer que entrei em coma de novo. e isso é assunto pro próximo post."

(post do dia 09/06/2011)


é ÓBVIO que eu TINHA QUE IR NO SHOW DO GUNS NO RIO DE JANEIRO, NÉ GENT?

EPA, PERA

(como é, PRODUÇÃO?)

é ÓBVIO que eu TINHA QUE IR NO SHOW DO GUNS NO RIO DE JANEIRO, NÉ GENT?

é claro que essa não seria uma tarefa das mais fáceis, né? rio de janeiro não é ali na esquina não, gente. e não tem a calmaria de uma cidade do interior de minas. fora isso, precisava de tempo no meu trabalho, grana, companhia e AUTORIZAÇÃO da minha mãe prá ir pro rio de janeiro, etc, etc, etc... ou seja, meros detalhes

a parte mais difícil de toda essa saga foi conseguir a grana prá ir pro show. não que precisasse ser milionária, mas é que eu não estava acostumada a viver em situações-limite.

(amiga) - fabiana, tá calor!! vamos ali comprar uma coca-cola gelada?
(eu) - não posso gastar, mas eu aceito se você me der a latinha vazia prá eu vender depois.

(chefe) - fabiana, é uma hora da tarde, você não vai almoçar?
(eu) - não posso gastar

(amigo) - fabiana, você não vai pegar ônibus prá voltar da faculdade?
(eu) - vou a pé, não posso gastar

e assim se passaram meus dias, vivendo na base do pão e água. mendingando, passando fome, passando por privação. tudo em nome de três letras: A X L 

com a verba em mãos, nem é preciso dizer que eu fui uma das primeiras a comprar o ingresso, afinal, DEUS ME LIVRE E GUARDE SE DEPOIS DE TODO ESSE SACRIFÍCIO O INGRESSO PRO SHOW ACABASSE, NÉ? (sdds da época que eu sabia juntar dinheiro)

com relação à companhia prá ir pro rio de janeiro, pode-se dizer que não fui muito bem sucedida nesse setor. veja bem:

(eu) - vamos comigo pro rock in rio ver o guns?
(amiga) - guns???? isso é tão 1992!!!

(eu) - vamos comigo pro rock in rio ver o guns?
(outra amiga) - vamos, você me banca??

(eu) - vamos comigo pro rock in rio ver o guns?
(outra amiga) - não.

e diante de tanto cú doce (afinal, o que custa ir ali no rio ver o guns com uma amiga, gent?) eu decidi (cagando de medo, mas decidi): VOU SOZINHA NESSA PORRA! 

com relação ao tempo que eu precisaria tirar no trabalho prá ir pro rio, essa foi fácil. 

(eu) - então chefe, essa sua camisa é linda, heim?
(eu) - caramba chefe, você emagreceu!!
(eu) - então chefe, aquele projeto que você mandou eu resolver até sexta eu acabei de resolver (era segunda)

e é claro que na hora de eu pedir uma "folga" na segunda-feira devido ao show, ele deixou.

(eu) - então chefe, na segunda eu vou precisar ir AO MÉDICO e...
(chefe) - sei, médico no rio de janeiro, tô sabendo... pode ir! 
(eu) - brigadaaaaaaaaaaaaaaaa! 

bom, agora com relação a autorização da minha mãe prá eu ir pro rio, essa foi a mais fácil de todas. eu simplesmente não falei que ia pro rio. (certas coisas é melhor não complicar, né?)

finalmente chegou o dia do show!!!!! caganeiras à parte, eu levantei super cedo, peguei meu ingresso, minha passagem de ida e volta (de ônibus, rs) e $ 50. tudo isso no bolso da minha calça jeans. não levei rg, não levei cpf, nem título de eleitor, nem bolsa, nem nada. se eu morresse em pleno rio, eu ia morrer no melhor estilo "who´s that fucking girl???", pq né?

peguei o ônibus destino rio de janeiro, depois de 6 horas lá estava eu! welcome to the jungle, baby!!!! (eu já estava no clima, rs)
chegando na cidade do rock, eu vi uma camiseta linda com a foto do axl rose.

(eu) - moço, quanto é essa camiseta?
(moço) - $50
(eu) - dá uma.

enfim, essa era eu, fabiana correa em pleno rock in rio, sozinha e sem um real NEM PRÁ COMPRAR UMA ÁGUA. garanto que nesse momento me deu um medinho. uma pequena crise de pânico, prá falar a verdade. pensei - "e se eu morrer esmagada nesse show?" e a minha primeira reação foi: ligar (á cobrar, lógico)  prá minha mãe.

(mãe) - alô
(eu) - oi mãe!! tô no rio de janeiro, no show do guns. bj.
*tu- tu- tu- tu* (barulho do telefone desligado)

mah váh que eu ia continuar no telefone com a minha mãe depois dessa, né??

bom, MINHA PARTE EU TINHA FEITO, NÉ? rs, tinha AVISADO minha mãe que eu estava em outro estado, em um festival de rock. qualquer coisa, era só ela me procurar lá no rock in rio né gent, qual o problema???????

dentro da cidade do rock, vendo aquele palco imenso, a única atitude que eu poderia tomar era ficar na grade, ser a primeira da fila, chegar o mais perto possível do axl. e (acreditem ou não) assim foi. me dependurei na grade e fiquei na mesma posição umas 12 horas mais ou menos. fome, dor, medo, frio (????????????) todas essas sensações em meu frágil corpo. (drama) 

de repente, as luzes se apagam. o primeiro acorde de "welcome to the jungle", e axl rose aparece no palco. ele estava mais gordo. mais feio. sem voz. mas era o axl, e ali eu estava diante do ídolo de toda minha adolescência. ali o tempo parou, parecia que era apenas eu e ele, e que ele estava cantando só prá mim.

aff calaboca fabiana, tinha mais 299 mil pessoas ali com você, caraio.

devaneios à parte, quando o axl apareceu no palco, percebi que tudo aquilo tinha valido a pena. tinha valido a pena a distância, o risco de morte que eu estava correndo no rio (e ao chegar em casa, rs), ter passado um ano juntando cada centavo prá comprar meu ingresso. estar perto dele justificou todo o esforço.
se êxtase era o meu nome até então, quando o show acabou, esse deu espaço pro cansaço total. cinco da matina acabou o show gent... o que eu mais queria era a poltrona de um ônibus para que eu pudesse morrer em paz. e assim foi: eu sentei no ônibus e morri. fui ressuscitar em são paulo, na rodoviária do tietê seis horas depois.
sonhar acordada com o show? afffff, me poupe né.
bom, eu era, finalmente uma pessoa que tinha ido em um festival de rock super badalado, eu era, finalmente uma pessoa que tinha chegado perto do axl rose, eu era, finalmente uma pessoa que tinha conhecido o rio de janei... EPA, PERA.

FUI PRO RIO MAS NÃO CONHECI O RIO, GENT!! 

COMO ASSIM, BIAL?? FOI PRO RIO E NÃO CONHECEU O CRISTO? O PÃO DE AÇÚCAR? O MARACANÃ? NÃO FOI PRO BAILE FUNK NA ROCINHA? NÃO CONHECEU A CONFEITARIA COLOMBO? NÃO SE HOSPEDOU NO COPA? NÃO DESFILOU O CORPITHO EM IPANEMA?

NÃO

a única coisa que eu fiz no rio de janeiro foi ir pro rock in rio. e tive que me dar por satisfeita, nêga. não tinha tempo e nem dinheiro prá esses lushos.
acho que sou a única pessoa que foi prá cidade MAIS LINDA DO MUNDO e não conheci a CIDADE MAIS LINDA DO MUNDO.
bjs, axl. 

28 de dez. de 2011

aquele do primeiro beijo

enquanto todas minhazamigas já estavam tendo bebês, casando, DSTS (mentira) eu ainda nem tinha beijado. pfffff... como eu já disse em posts anteriores, atraso era o meu nome e é assim até hoje, vamos combinar. 35 nas costas, nunca casei, nunca engravidei e assim a vida continua não é mesmo minha gente????!!
só sei que eu já estava com 16 - prestatenção - DEZESSEIS anos e ainda não tinha beijado. prá falar a verdade, faltava uma semana pro meu aniversário de dezessete anos quando eu beijei a primeira vez, enfim... se estivéssemos em 1900 seria até normal eu ter 16 anos e nunca ter beijado, mas estávamos em 1993, entenderam? 1993 - MIL NOVECENTOS E NOVENTA E TRÊS e eu nunca tinha beijado. (pangua era meu nome e sobrenome)
eu já tinha ido a milhões de festas, bailinhos... e nada. ninguém, repito NINGUÉM se interessava por mim, (a não ser do bailinho na casa da cynthia, que eu não fiquei com o menino gatinho porque eu estava apaixonada por outro - leia posts anteriores) eu sempre fazendo MUITO BEM meu papel de vela com minhas amigas, primas e eu estava pensando até na possibilidade de ir prá um convento (eu era dramática) afinal, era a única coisa que me restava não é mesmo??

a realidade é que eu estava ficando DESLOCADA. claro né, as conversas das minhas amigas eram quantos meninos beijou em tal bailinho, quem tinha beijado o menino mais gato do colégio, que aquele outro menino que nem era tão bonito assim tinha um "beijo mara". ou seja, quando se tinha 15, 16 anos em 1993 as conversas giravam em torno de uma palavra só - BEIJOS. (isso mesmo, no plural)

até que minha prima me convidou prá uma festinha:
(prima) - vamos pro aniversário do meu namorado, vai ser legal!!!
(eu) - pffff, afffe, ah não!!!
(prima) - então, o ALÊ vai nessa festa!!!
(eu) - pffff, E????

o alê era um amigo do namorado dela que eu tinha achado bonitinho. e rolava um boato que ele tinha me achado bonitinha também e todo mundo estava dando "uma força" prá gente ficar junto. mas a verdade é que eu nem acreditava mais nessa possibilidade. prá mim, eu estava fadada a morrer sem nunca ter beijado.
mas dessa vez a minha prima tinha uma carta na manga:

(prima) - se liga no babado, eu tenho um negócinho aqui que vai fazer o alê ficar com você de qualquer jeito!!! muuuaaaahhaahahah (risada maléfica de bruxa)
(eu) - credo, macumba?
(prima) - quase isso!!! muuuuahahahahaha (risada maléfica de bruxa)
(prima) - olha só o que eu comprei prá você usar nessa festa!!!!!

leitores, VEJA BEM o que a minha prima me comprou prá que eu beijasse o tal do alê...




UIA, O QUE É ISSO????????

claro né leitores, se eu nunca tinha NEM BEIJADO como que eu ia saber o que era aquilo???

e ela me explicou:

(prima) - então, isso é um perfume AFRODISÍACO. se você usa ele, qualquer homem fica doidinho por você, fica com você, te pede em namoro e casamento. (gente ela era ingênua)
(eu) - isso não existe!!
(prima) - claro que existe, uma AMIGA minha usou esse mesmo perfume e ela tá namorando!!!
(eu) - uia, o negócio é do babado então!!!
(prima) - tô te falando...

na hora eu comecei a me arrumar prá festa e não esqueci do detalhe, né? derramei o vidro todo daquele perfume em cima de mim e tava crente que tava A GOSTOSA. (coitada hahahahaha)
chegamos na festa e o alê (meu alvo macumbado muahahaahaha) estava lá. e é claro que a nossa conversa não passou disso:

(eu) - ooooooooi alê *faz voz sexy, põe a mão na cintura, levanta o ombro e pisca os olhos freneticamente*
(alê) - oi fabi, belê!!!?

PERAÊ: "BELÊ"??????????

(eu) - pffffff karla, esse perfume é zuado... não tá dando certo não!!!
(prima) - calma, você acabou de chegar na festa!!!
(eu) - mas MACUMBA é MACUMBA!!!

e as horas passaram, claro que eu não fiquei com o alê. a festa estava acabando, as pessoas estavam indo embora (inclusive o alê) quando de repente:

(celso) - oi GATINHA!
(eu) - ??????
(celso) - então, rola da gente ficar junto?
(eu) - claro que não, táloco hahahahahahahaha (eu era sincera)
(celso) - porque não??
(eu) - porque você tem idade prá ser meu pai. (eu era sincera)

na verdade ele não tinha idade prá ser meu pai. ele tinha 28 anos, e eu 16. mas é que quando a gente tem 16 anos, qualquer pessoa que tenha mais de 18 é considerada VELHA e TEM IDADE PRÁ SER NOSSO PAI. fato.

(celso) - queisso gatinha *e vem me abraçando*

e naquele abraço saiu meu primeiro beijo. não teve xaveco. não teve atração física. foi sem eu esperar. é que eu achava que dali só ia sair um abraço mesmo, e que se ele tentasse me beijar ia dar tempo de eu virar o rosto, sair correndo, dar um tapa na cara dele, enfim... mas não deu tempo de fazer nada disso. quando eu vi eu já estava dando meu primeiro beijo. a verdade é que ele era um homem né? não era um adolescente. talvez se ele fosse um adolescente como eu, talvez até desse tempo de eu desviar o rosto. na hora a única coisa que eu pensava era:

*MALDITO PERFUME DE MACUMBA!!!!!*

e claro que a trilha sonora do meu beijo foi a voz da minha prima, gritando: (como se a cena de eu estar beijando um cara 12 anos mais velho já não fosse tão ridícula, né?)

UHUULLLL!!! OLHA ESSE PERFUMINHO RESOLVEEEEEE!!!!

prá falar a verdade eu estava morrendo de vergonha da situação: um cara beeem mais velho, estranho, nada bonito, minha prima ali do lado testemunhando um momento tão meu... enfim, eu prometi prá mim mesmo que não ia falar prá mais ninguém que eu tinha feito essa cagada, mas QUEM CONSEGUE GUARDAR ESSE TIPO DE SEGREDO?? ninguém...

na segunda-feira no colégio:

(eu) - tati, beijei! *se esconde atrás da cortina*
(tati) - me fala!!!!!
(eu) - 28 anos, blá, blá, estranho, blá, blá, não era bonito, blá, blá, USEI PERFUME DE MACUMBA, bla, blá, blá...
(tati) - que massa, você é super MODERNINHA, amiga!!
(eu) - ????????????

e no final minha amiga achou super cool eu ter dado meu primeiro beijo num cara totalmente estranho e 12 anos mais velho e na base da macumba. passei de DESLOCADA a DESCOLADA no prazo de um fim de semana. agora eu era A MODERNINHA. afinal, naquela época as meninas não beijavam qualquer um... no mínimo sentia uma atraçãozinha né? mas como em tudo na minha vida, o meu primeiro beijo tinha que ser do avesso. fato. na época prá fazer o que eu fiz tinha que ter atitude. e mesmo sem ter, eu acabei tendo.

enfim, eu já era uma pessoa beijada. já fazia parte do mundo socio-econômico-cultural do mundo, já podia participar de fóruns e debates á respeito do ato de beijar e/ou ficar. não tinha mais motivo prá reclamar da vida ou do universo. meu primeiro beijo serviu somente prá isso. fim. próximo post, please...

20 de dez. de 2011

aquele do dia que eu quebrei o tornozelo do meu primo

taí uma coisa que nunca aconteceu comigo: quebrar o pé, a perna, a costela, o crânio... quando eu era criança eu tinha uma invejinha daquelas crianças que quebravam alguma parte do corpo e depois aparecia com aquele gesso na escola prá todo mundo assinar. quem ligava prá dor? o que importava era se quebrar todo prá ter o gesso assinado no melhor estilo "sou foda, mano".

pois então, eu nunca tive esse gostinho... e dentre todas minhas amigas, a daniele era a recordista em quebrar alguma coisa. chegou uma época que eu nem ia mais visitar a bonita, porque né? todo mês era uma fratura nova.

(daniele) - nossa ganhei uma bicicleta e me quebrei toda!

(eu) - putis que legal!!! (como era bom ser masoquista, não é mesmo minha gente?)

mas hoje eu vejo que essas fraturas da daniele eram realmente estranhas... prestatenção no nível:

(daniele) - nossa ganhei um patins e me quebrei toda!

(eu) - eu quero!!!

(daniele) - nossa, desci a rua correndo e me quebrei toda!

(eu) - hum

(daniele) - nossa, ganhei uma bola de vôlei e me quebrei toda!

(eu) - a-hã...

(daniele) - nossa, ganhei uma BARBIE e me quebrei toda!

(eu) - ...

enfim, isso não era coisa de gente normal. fratura normal, fratura de gente normal foi quando meu primo quebrou o tornozelo. melhor: quando EU quebrei o tornozelo do meu primo. (a-hã, normal, sei...)

não foi proposital, o babado foi o seguinte: eu estava em casa com esse meu primo quando tivemos a seguinte idéia:

(primo) - vamos amarrar meu pé no seu e sair andando???

ali eu vi a chance que eu nunca tive na vida - de quebrar alguma parte do meu corpo e colocar gesso. (gente eu tinha problema)

(eu) - vamos!! mas a gente sai andando, pulando, correndo, virando estrela e dando cambalhota, topa?

(primo) - TOPO

não precisava ser vidente prá saber que essa idéia IA DAR BOSTA, NÉ? (fato)

amarramos nossos pés, meu pé no dele e começamos a pular no meio da sala. pula uma vez, duas, três... até que a gente cai no chão....

*CRECK*

PERAÊ, QUAL O BARULHO QUE EU OUVI, PRODUÇÃO????

*CRECK*

(eu) - JESUSSSSS, QUEBREI UM OSSOOOOOOOOOOOOOOOO, QUE BELEZAAAA!!!

(primo) - hahahahahahah AIIII

(eu, pensando) - uéééééé, não to sentindo dor nenhuma

(primo) - hahahahahaha que divertido, vamos pular de novo AIIIIIIIIII

e quando ele foi levantar, CADÊ QUE ELE CONSEGUIA COLOCAR O PÉ NO CHÃO????? simplesmente eu pesando mais de uma arroba tinha caído em cima do pé dele e quebrado seu tornozelo. (e meus ossos continuavam intactos, obrigada.) isso não era justo minha gente, ele já tinha tido várias fraturas antes, essa era A MINHA VEZ!!!!!! A MINHA CHANCE!!!!!!!!

o pior da história vem a seguir: ter que contar prá MINHA MÃE a merda que a gente tinha aprontado... *MEDA*

(eu) - mãe, acho que o bira quebrou o pé... *caga nas calça de medo*

(mãe) - nossaaaaaaaaaaaaaaaaa, como????

(eu) -ah sei lá, acho que eu caí em cima do pé dele, hahahahaha

(mãe) - o queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee??????????????? você fez o queeeeeeeeeeee?????????? *se desespera muito*

(mãe) - bira, meu filho, vamos pro hospital!!!!!

(primo) – não tia, eu tô bem e AIIIIIII

e o pé dele inchando cada vez mais, para desespero da minha mãe e inveja da minha pessoa... e não teve jeito... aquela noite passamos no pronto socorro engessando o pé do bira. eu com uma inveja que faria INVEJA a caim e abel. *podia ser eu* era a única coisa que eu pensava.

chegamos em casa, a primeira pessoa que assinou o gesso dele foi eu, claro. escrevi “podia ser eu” e todo mundo ali ficou meio que emocionado, confundindo a minha inveja com solidariedade. e ele passou todos seus dias de gesso na minha casa, coberto de mimos, doces, presentes, jóias, carros, mulheres (mentira) como se já não bastasse ele estar engessado, eu tinha que conviver com tudo isso (o mundo era cruel.)

os dias passaram, ele tirou o gesso, essa minha vontade masoquista passou (terapia faz bem prá todo mundo, minha gente) e prá finalizar a história só duas informações bem curiosas:

1 – a única fratura que eu tive na vida foi no dedinho do pé, em uma ocasião bastante, digamos... PECULIAR... (tema prá outro post) uma semana antes do show do u2 em 1997. fiquei emburradérrima de ter que ir pro show com o pé doendo. Hahahahahahaha

2 – e na ocasião dessa história que eu acabei de contar, da fratura do meu primo, eu tinha 20 anos e meu primo 17 vocês podem mandar nos internar agora beijos.

1 de ago. de 2011

o lado "B" da lembrança mais doce.

é claro né meu povo, que tem o lado "B" dessa lembrança doce que eu disse no post anterior. (ou vocês achavam que não???)
poizé meus leitores queridos... todo domingo eu ia no horto, levava meu BOM PÃOZINHO DURO prá dar pros patinhos, meu BOM COPINHO PRÁ BEBER ÁGUA NA FONTE NATURAL e eu achava tudo aquilo muito lindo, tudo muito poético e doce. (e realmente era)
eis que um domingo, eu estava no horto com meu pai desfrutando desse momento sublime e eu encontro quem???

AQUELA MINHA PRIMA QUE EU NUNCA GOSTEI
*DRAMA*

mas fiz a phina né? brinquei com ela sem tentar empurrar a bonita do balanço, não tentei fazer com que ela engolisse areia e nem tentei jogar barro no cabelo dela. (eu era psicótica)

estava tudo indo muito bem até que meu tio teve uma ideia:

(tio) - vamos tirar foto, meninas???
(eu) - nossaaaa, justo hoje??????? *se desespera muito*

o meu desespero era totalmente justificado, afinal a minha prima estava bem mais bonita e bem mais arrumada do que eu. ela estava com seu tênis bubble gummers, (chuifff) shorts jeans, camiseta e tiara na cabeça. estava toda limpinha. (ela era daquelas crianças que não se sujavam nunca, sabe?)
bom, já eu... eu estava do jeito que minha mãe me mandava pro horto, né? descabelada, só de calcinha, camiseta e com minha sandália ortopé (quem lembra?) e FORA que eu estava toda encardida né. (estilo mendiga of life) até hoje eu não sei brincar sem me sujar. (OPS! rs) ou seja, NÃO era dia, NÃO era hora de tirar foto. mas meu tio foi insistentemente chato.

(tio) - vamos tirar foto delas no balanço!!
(eu, pensando) - *desisto*
(tio) - vamos lá, senta uma pertinho da outra, vocês são primas e amigas não são????

é claro que não éramos (somos) amigas.

foi meu tio falar aquilo, e eu AUTOMATICAMENTE levantei minha sobrancelha esquerda, ela AUTOMATICAMENTE revirou os olhos e essa foi a nossa resposta.

(tio) - err, bem... então tira uma de cada vez então, né? hehehe *riso amarelo sem graça*

a primeira a tirar a foto foi a minha prima. e lá foi ela, toda trabalhada na pose. sentou no balanço toda linda. graciosa. elegante. MAGRA. vestida. fez a pose de um jeito prá mostrar BEEEM o tenis bubble gummers dela. (ódio)

(tio) - um, dois trêêêêês, OLHA O PASSARINHOOOO!!!
(eu sou veiaca, gente. na minha época, quando se tirava foto, se falava "OLHA O PASSARINHO", pfff)
*FLASH* (barulho da câmera tirando foto)

(tio) - nossa que linda *J*, você vai sair linda na foto minha filha.
(prima *J*) - eu sei, eu SOU linda. *faz cara de cú*

(tio) - agora vai lá, fabiana. senta no balanço prá gente tirar foto.

como foi dito antes: eu estava suja. eu estava descabelada. estava só de camiseta e calcinha. a única cena que vinha na minha cabeça era a da pose da minha prima. toda limpinha, cheirosa, penteada e VESTIDA. (e fazendo a pose com seu bubble gummers)

(eu, pensando) - preciso inventar uma pose MELHOR que a dela em menos de 3 segundos.

e na hora me veio uma idéia. a melhor idéia que eu poderia ter tido naquele momento:

(eu, pensando) - JÁ SEI... vou pedir pro meu pai me balançar prá eu sair na foto BALANÇANDO!! hehehehehe, *sô malandra*

(eu) - PAIII ajuda aqui, me balança que eu quero sair na foto balançando!!!
(pai) - fabiana, você não vai sair balançando na foto!!!

(eu) - claro que vou, pai!!! *eu preciso sair numa pose mais bonita que a *J* (sussurra no ouvido do pai)
(pai) - *tsc, tsc, tsc*
(eu) - vai pai, balança aí logo. balança bem forte, balança BEEEEM FORTE, PAI
(pai) - tá bom, lá vai...

nisso meu pai dá um empurrão super ultra master mega forte no balanço. (ele era exagerado)

(eu) - OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOWWWWWWE
(tio) - errrr, bem... um, dois três, olha o passarinho!!!
(eu) - OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOWWWWWE
*FLASH* (barulho da câmera tirando foto)

(eu) - pai, pára esse balanço PELO AMOR DE DEUS!! PAI, PÁRA ESSE BALANÇO!!! *arf, arf, arf*, TÔ PASSANDO MAL, PÁAAAAAAAAAAAARA.

meu pai parou o balanço, e eu estava palidamente verde. caí no chão, meio que desmaiada, perdendo os sentidos. mas tinha valido a pena né? afinal, eu tinha tirado uma foto que IA SAIR BALANÇANDO... (sei, a-hã)

semanas depois, meu tio aparece lá em casa prá levar a foto daquela manhã no horto. (sou da época que a foto não ficava pronta na hora não, gente. nessa época existia um método chamado REVELAÇÃO. e esse mesmo método demorava alguns dias.)

e eu toda contente prá ver a foto. afinal, eu tinha certeza que minha foto tinha saído muito mais legal do que a da *J*.
(eu, pensando) - hehehehe, sô malandra mesmo. minha foto deve estar mil vezes mais legal que a da *J*, ela vai morrer de inveja e...
(tio) - olha só que linda a minha filha saiu na foto!!!! *mostra a foto da *J* prá todo mundo*
(tio) - nossa, *J*, você é linda mesmo, a filha MAIS LINDA DO MUNDO.
(prima *J*) - eu sei... *faz cara de cú*
(tio) - ahhhhhhh fabiana, sua foto. que pena!!!! você quis sair balançando e...
(eu) - como assim "que pena", tio. táloco?? eu fiz a pose mais malandra de todas e...

meu tio vai virando a a foto vagarosamente e o que eu vejo é isso:

tá dando prá perceber bem a minha cara de *OWWWWWWE* né?

(prima *J*) - HAHAHAHAHAHAHAHAHAHahahahahahahahaHAHAHAHAHAHAHAHhaha
(pai) - eu avisei, filha. você não ia sair balançando na foto.
(mãe) - tsc, tsc, tsc...
(tio) - tsc, tsc, tsc...
(prima *J* meia hora depois) - HAHAHAHAHAHhahahahahHAHAHAHAhahahaha

depois desse dia, eu nunca mais quis ir no horto. que fosse pro meio do inferno o horto, os patinhos, o pãozinho duro que eu levava todo domingo, a água natural da fonte, meu copinho de plástico, minha sandália ortopé, o fato da minha mãe me vestir que nem uma mendiga, minha prima, (principalmente, hahahaha) meu tio, fotos de infância, balanços, as lembranças sublimes e tudo.
hoje, vendo o facebook dessa minha prima, eu ATÉ TENTO encontrar alguma coisa prá criticar, mas eu não encontro. a bicha continua fina. elegante. bonita. não se suja. nem transpira. no pé, não é mais um bubble gumers, e sim um manolo blahnik. e o balanço que a bonita hoje tá sentada é numa foto tirada em um bangalô lá em báli. ou seja, a vida que eu pedi prá deus, ele deu prá ela né?
THE END.

aquele da lembrança mais doce

nesse blog, onde costumo (re) lembrar minha infância de uma forma divertida (rindo de mim mesma - hahahahaha) hoje esse post vai sair um pouco diferente... é que a lembrança mais doce que eu tenho da minha infância é que todo domingo minha mãe colocava um pãozinho duro e meu copinho de plástico dentro de um saquinho. e meu pai me levava pro horto florestal. e eu e ele passávamos a manhã de domingo dando pãozinho pros patos que ficavam no lago. depois, tomávamos água numa fonte natural que tem ali. (por isso o copinho de plástico). aquilo, prá mim, era pura felicidade.
=)

17 de jun. de 2011

aquele do dia que eu adquiri RESPEITO

se tem uma coisa que eu invejo é nego que teve uma adolescência normal, leve, florida e fresca. na minha adolescência eu era (sou) a coisa mais esquisita desse mundo. eu era (sou) gordinha, baixinha, feinha, a de cabelinho ruim, a roqueirinha, não tinha namoradinho, era tímida ao extremo. ou seja, praticamente um ALVO né? hahahaha. call me PARA RAIO DE BULLYING. e olha que eu falo de um tempo que nem existia bullying.
em 1992, dentre as muitas coisas que aconteceram na minha vida, a pior delas com certeza foi eu ter mudado de colégio. estudava em um colégio gracinha, desde sempre (o pré). esse daqui ó... www.monteirolobatosp.com.br *schuifff* saudades...

aí chegou o TÃO ESPERADO SEGUNDO GRAU (affff) e me deu um FOGO prá mudar de colégio. e te digo uma coisa - foi a pior merda que eu fiz na minha vida. fui prá esse colégio aqui ó www.salesianost.com.br e resumindo - ME FUDI.

entrei num colégio de gente rica (sem ser rica), de gente bonita (sem ser bonita), de mauricinhos e patricinhas (sem ser mauricinho e patricinha). e pior - as "panelinhas" já todas feitas né? na hora que eu pisei no colégio eu vi que ia dar merda. mas, como eu disse em posts anteriores, com meu pai e com a minha mãe não tinha (tem) conversa não minha gente. o que me restava era enfrentar o que estava pela frente. (a morte)
entrei naquela sala repleta de blairs wladorfs, de serenas van der woodsens, de nates archibalds... *suspiros* eu, a (repito) a gordinha, a feinha, a baixinha, a esquisita, a tímida...

resumindo - eu não era zuada. eu era APAVORADA.

(menino) - e aí ROLHA DE POÇO, beleza?
(menina) - oi DUENDE.
(outro menino) - oi MONSTRINHO.

pergunta se eu tinha coragem de falar alguma coisa pro coordenador? falava nada, aguentava sozinha. mesmo porque, como eu já disse, estávamos numa época em que bullying nem eczistia.

o menino que mais me perturbava se chamava wilson. TODAS as meninas queriam namorar com ele, (menos eu), TODOS os meninos pagavam um pau prá ele, ele era fortão, lindão, rico e metido a ser engraçado. era o líder da sala. eis que um dia ele apareceu no colégio com a seguinte novidade:



óóóóóóóóóóó

realmente... óóóóóóóóó MESMO. quem tinha um desses era fodão. mais ou menos ter um tablet hoje em dia, sabe como é?

eis que como todos os dias...

(wilson) - e aí, BALEIA.
(alunos da sala) - TODOS RI.
(eu, pensando) - declaro aberta a sessão tortura...
(wilson) - e aí, saco de areia.
(alunos da sala) - TODOS RI.
(eu, falando pela primeira vez) - pára, wilson. (bem baixinho, um fio de voz e tremendo, admito. hahahahahaha)
(alunos da sala) - TODOS RI.
(wilson) - você tá falando prá eu O QUÊ????? (vindo bem agressivo na minha direção)
(alunos da sala) - TODOS RI.
(eu) - eu tô falando prá você parar de me perturbar. (nessa hora eu já tinha cagado nas calças)
(alunos da sala) - TODOS RI.
(wilson) - e se eu não parar, você vai fazer o que comigo, sua BALEIA?
(alunos da sala) - TODOS RI.

não sei como nessa hora toda a coragem do mundo veio em mim. eu estava aguentando isso desde o começo do primeiro colegial, estávamos já no terceiro colegial (mentira). eu podia ser (sou) tímida, tonta e besta, mas era (sou) muito marrenta. com um único movimento me vinguei por todas as vezes que ele me humilhou.

VEJA A SEQUÊNCIA DO DRAMA:

(eu, falando bem alto e firme dessa vez) - então WILSON, se você não parar de me perturbar AGORA, eu vou fazer isso ó. *pego a mochila dele e jogo pela janela do terceiro andar*
(alunos da sala) - VISHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!

silêncio na sala. ele me encara. eu encaro ele. eu espero um soco (no mínimo) e...

(cenas fortes no próximo parágrafo)

que soco que nada. o cara era cuzão. a única coisa que ele fez foi sair correndo da sala, gritando:

"meu discmaaaaaaaaaaaaaaaaam"

pois então caros leitores... joguei a mochila do distinto pela janela com seu BELO discman novinho em folha dentro.

ele sai da sala gritando. o silêncio na sala continua. todo mundo olha prá mim com cara de medo. (ninguém mais ria), dou um suspiro, sento na cadeira, levanto uma sombrancelha, começo a dedilhar os dedos na carteira. pronto. respeito MODE ON.

quando o wilson chega na sala, o discman dele era só peças soltas dentro da mochila. e não sei como ele não veio tirar satisfação comigo, acho que ele percebeu que meu buraco era mais embaixo. acho que ele percebeu (acho que foi o primeiro a perceber hahahahahahaha) que eu era meio desequilibrada das idéia e resolveu não mexer mais comigo, assim como o restante da sala. (tipo, com louco não se discute, mais ou menos isso hahahahaha). claro, continuei sem amigos, mas pelo menos não era mais APAVORADA.

e depois desse dia o babado ficou mais ou menos assim:

(menina) - oi FABIANA, tudo bem?
(menino) - fabiana, você PODERIA me emprestar seu lápis?

se passaram 19 anos desde o dia que eu entrei nesse colégio. passou muito, muito tempo. e junto com o tempo passou também o trauma (mentira) e o ódinho desse povo que me apavorava. (mentira)
aí eu vejo esse povo (esse MESMO povo) me adicionando no facebook, querendo fazer reuniãozinha de reencontro e eu já fui bem clara: véi, na boa... eu quero que todo mundo que estudou comigo no segundo grau MORRA.

16 de jun. de 2011

aquele do dia que eu falsifiquei minha nota.

que eu sou veiaca todo mundo que lê meu blog (e que me conhece) já sabe, né?
tenho 34 anos, gente!!! e talvez fique difícil prás pessoas entenderem algumas coisas que eu escrevo aqui, coisas que eu vivi, as quais só tinham na minha época.
por exemplo - CARTEIRINHA DO COLÉGIO COM AS NOTAS ESCRITAS À CANETA.
não era um boletim impresso. muito menos as notas saíam na internet. hahahahaha. era (repito) uma carteirinha com todas as suas notas escritas à caneta.
se a sua nota era abaixo da média, era escrita de caneta vermelha. se a nota estava na média ou acima dela, era escrita de caneta azul. ou seja, drama né, prá quem tinha a carteirinha toda colorida. quem era bom mesmo só tinha a carteirinha de uma cor - a azul. a cor vermelha era sinal de PERIGO, BURRICE. mas sempre tinham aqueles que assumiam a própria burrice e vadiagem numa boa e não ligavam pro VERMELHO.

eis que no fim do bimestre chegava a carteirinha *DRAMA* de longe você já via se o seu amigo do lado estava fudido nas notas ou não, (e vice versa) afinal, a cor vermelha BERRAVA na carteirinha.
um dia, na entrega das carteirinhas, eu estava vendo minhas notas, uma por uma. eis que...

(eu) - uééééé, cadê minha nota de educação física?

cadê a minha nota de educação física, cacete???

eu sabia (e todo mundo sabia) que o fato da nota de educação física não estar na minha carteirinha não era o motivo de reprovação. mas eu fiquei indignada. afinal, naquele bimestre, como atividade de educação física, eu tinha dançado BILLIE JEAN do michael jackson na quadra do colégio repleta de alunos. (de collant verde escuro e saia dourada - e gorda) E COMO ASSIM BIAL??? passo por esse mico, faço esse babado todo e não tenho nota????????????? não era justo.
olhei a carteirinha da daniele (minha parceira da dança do billie jean) e vi que a nota dela era 8,0. então, mais do que depressa peguei minha caneta azul e escrevi um 8,0 bem no local que estava em branco. resolvido? sim.

melhor...

NÃO, NÉ!!!

chego em casa, mostro a carteirinha com as notas prá minha mãe. (ah e tinha um detalhe, a mãe, o pai ou o responsável tinha que "assinar" a carteirinha, como prova que tinha visto as notas do filho.) ela vê as notas e claro que ela não percebeu a falsificação. massss (sempre tem um mas...)

(eu) - mãe, acredita que minha nota de educação física não veio??
(mãe) - como assim??
(eu) - ahn não veio e eu coloquei uma nota lá. hahahahaha *me achando a espertona*

depois dessa frase eu não me lembro de muita coisa. só sinto um puxão no meu braço e em menos de 2 minutos eu me vejo na porta da sala do diretor do colégio, prá eu explicar prá ele a falsificação da minha nota. (com a minha mãe não tinha muita conversa não, minha gente). nem minhas lágrimas no caminho pro colégio não convenceram ela do contrário. fez cagada? vai ter que se explicar, nêga.
e eu, chorando, me cagando nas calças de medo né? afinal, era "o diretor" e eu nunca na vida tinha entrado na sala dele. a sala do diretor do colégio era mais ou menos como a ante-sala da morte e lá só entrava quem era mal aluno e quem ia ser expulso do colégio.

(eu) - precisa ser com o DIRETOR??? eu posso resolver isso com a sônia, e... (a sônia era a coordenadora do colégio, mais gente boa e menos assustadora que o "DIRETOR").
(mãe) - não, é com o dono das porcada mesmo que você vai falar.

*blum* me empurra prá dentro da sala do diretor e...

e que nem foi tão drama assim, gente... na sala dele tinha até flores em cima da mesa. hahahahaha. (e eu achando que na sala dele tinha apenas instrumentos de tortura). ele só me olhou com aquela cara de "tsc, tsc, tsc... mas você não precisava ter feito isso, fabiana..." e me deu um lápis borracha prá eu apagar a nota e é claro que deixei toda minha carteirinha borrada (e quase rasgada de tanto apagar no desespero)

mesmo assim, lembro que chorei e me justifiquei.

(eu) - é que eu dancei billie jean e não veio a minha nota, a da minha amiga veio e... *soluça alto*
(diretor) - tudo bem, eu entendi. *revirando os olhos*

não tive castigo, nem levei bronca do diretor. mas da minha mãe, ahnnn, a minha mãe até hoje, depois de tanto tempo, ainda consegue me acusar de ter falsificado minha carteirinha na quinta série. (só como precaução prá eu não fazer de novo, sabe como é, né?)