4 de out. de 2008

aquela do primeiro amor:

bem antes do murakami (aquele meu namoradinho japonês) eu tive um outro, digamos assim, affair.

foi intenso, forte, como todas as paixões quando se tem 4 anos de idade. era romântico, ele passava todo dia pontualmente em frente da minha casa e ficava horas conversando comigo. (mentira, eram minutos, mas é que criança não tem essa noção de tempo né? kkkk). aliás, eu já sabia a hora que ele ia passar e pedia prá minha mãe de uma forma insistente para ela abrir a porta de casa para que assim eu pudesse ficar no portão, esperando. fazia bico, birra, batia os pés no chão, gritava, vomitava, tinha convulsão (mentira) se a porta de casa estivesse fechada na hora que ele passasse. eu tinha que estar no portão, entendem??

não sei como acabou, eu era novinha demais, enfim... *lágrima rolando pelo lado esquerdo do rosto*

mas sei que tudo o que se sucede com relação à minha vida amorosa-sentimental-sexual (onde??) advém dessa experiência que tive aos quatro anos. minhas escolhas amorosas bizarras e erradas que faço desde sempre vem daí... pois aonde, repito AONDE nesse mundo de jesuiscristinho uma criança se apaixona pelo LIXEIRO que passa na sua rua?

eu *levanta a mão*

poizé beibes... a minha primeira paixão descrita acima foi pelo lixeiro que passava na minha rua. não pelo fato dele ser lixeiro, longe disso!!! mas normal seria se eu me apaixonasse pelo menino bonitinho da escola, não??? sim, seria.

lembro que eu o convidei pro meu aniversário (afinal ele era meu namorado, oras!!!) fiquei esperando e ele não veio. minha primeira decepção amorosa, obrigadaaaaaaa.

aos quatro anos guardei pedaço de bolo, brigadeiro, beijinho em um pratinho prá dar prá ele. só depois mais tarde tive a consciência de que se ele viesse ia ser pior. pois ele viria com esposa, filhos da minha idade e comassim bial???? o amor que eu sentia por ele era grande, oras... você acha que eu aos quatro anos ia suportar a idéia de que ele era casado e tinha filhos??? nem hoje eu aguentaria, kkkk

uma prova de que meu amor era grande como fim desse post:

eu, pai e mãe íamos viajar. malas no carro, frango com farofa porta-luvas, tudo pronto. e eu ali, categórica:

(eu)

- não saio de casa antes do lixeiro passar, tenho que me despedir dele!!!

(pai e mãe)

- comassim?? temos hora prá sair, hora prá chegar!!! a viagem é longa!!!

(eu)

*sento na calçada*

(pai e mãe)

- vamos, temos que ir agora.

(eu)

- então me leva no serviço dele, eu tenho que avisar que eu não vou estar em casa.

(hoje em dia eu nem tenho mais esse tipo de atitude, kkkk)

sim, e meus pais me levaram na vega sopave, que era a empresa que fazia a coleta de lixo em são paulo naquela época. dei o recado prá moça recepcionista com todas as letras:

- avisa o lixeiro que a fabiana foi viajar.

não me lembro da cara que a recepcionista fez, mas deve ter sido uma cara mais ou menos assim, tão que meu inconsciente fez o favor de reprimir.

viajei tranquila, tranquila depois do recado dado...

2 comentários:

Roberto disse...

incrível como tudo faz sentido depois de ler esse post.

;-)

e o final da história me fez rolar de rir!

Anônimo disse...

(sorriso maroto, by Alcione, a Marrom)
E o pior é que a gente não entende nada dessas coisas nesta idade e o coração fala mais alto quando enxerga apenas bom um exemplo de pessoa, uma cumplicidade gostosa de um aceno de mão ou quem sabe a cor laranja do uniforme passando... ; )

Bela história, Fabi!!

= *