18 de fev. de 2009

aquele do menino bonitinho. parte I - a indiferença

e no primeiro dia letivo do ano de 1985, para deleite de quase todas as meninas da terceira série do colégio monteiro lobato, havia um aluno novo em nossa sala, o alexandre. e quase todas as meninas caem de amores por ele antes mesmo do recreio começar. foi uma febre pior que menudo... até as meninas de 17 anos do colegial estavam apaixonadas por ele. o alexandre era quase uma unanimidade. digo quase porque existia uma menina que não se rendeu aos encantos de seus cabelos loirinhos.


adivinha quem?? - pergunta valendo 100 ponto.


eu, claro.

é que enquanto elas se apaixonavam pelo óbvio, eu era apaixonada pelo david. **suspiros**, o chileninho, mesticinho, o diferentinho guti-guti caramujinho mais lindo da sala. **suspiros again**. por mais que fosse tendência se apaixonar pelo alexandre, meu coração de 7/8 anos já tinha dono.

depois de uns dois dias de aula, descobri que o alexandre morava na minha rua. tipo, pffffff prá isso. mas as meninas quase tiveram um colapso:

(amiga) - fabiiiiii, você mora na rua do alexandre!!!!
(eu) - sim, moro...
(amiga) - nossa, você é minha melhor amiga, sabia?? me convida prá ir fazer lição na sua casa? rs
(eu) - como melhor amiga??? qual seu nome mesmo???

engraçado que de repente às custas de alexandre, me tornei quase a garota mais popular do colégio, afinal, eu era a menina que morava na rua do alexandre, e isso de certa forma, dava mais moral e respeito à minha pessoa tão escurraçada até então, tadinha de mim. e só para lembrar, "morar na mesma rua", era algo totalmente erótico naquela época.

todas as meninas queriam fazer trabalho do colégio comigo, queriam tomar lanche comigo, (pagavam lanche prá mim, aliás), queriam brincar comigo de tarde. tudo isso em troca de informações da "vida vespertina" que o alexandre levava.


(amigas) - que horas que ele chega em casa?
(eu) - numsei
(amigas) - ele fica de uniforme o dia todo?
(eu) - numsei
(amigas) - ele joga bola na rua?
(eu) - numsei
(amigas) - te pago meio lanche
(eu) - domingo de tarde ele joga bola na rua


comassim, bial???? prá mim, que até então tinha vivido na escória, *drama*, estava estranhando totalmente essa atenção toda que estava sendo dispensada á minha pessoa.
e se minha popularidade estava em alta até então, imagina quando eu passei a voltar com ele do colégio... tá certo que o colégio era na rua de trás das nossas casas, mas quando se tratava de alexandre, qualquer informação, contato, proximidade era algo totalmente importante para aquelas meninas... e com aquela minha paixão pelo david **suspira** eu não entendia o que elas viam de tão extraordinário no alexandre...

só fui entender mais tarde...

(continua...)

13 de fev. de 2009

aquele do primeiro ídolo

não, não foi o murakami (meu primeiro namorado), tampouco o lixeiro que passava na porta de casa (minha primeira paixão platônica). na minha infância, o meu amor de verdade, amor mesmo eu senti por esse menino aqui:

*uepaaaa*


na verdade, quando eu era apaixonada pelo ricky martin, ele não era assim... ele era assado:

*não se reprima, não se reprima*

bom, mais de acordo com a minha idade, né? kkk

e atire a primeira pedra quem foi garota naquela época (e garoto também, porque não??) que não se apaixonou pelo menudo, que não tinha pôster colado na parede do quarto, que não tinha o álbum de figurinha e tudo mais... poizé, todo mundo tinha, e eu também, mas me faltou o principal...

*drama*

eu não fui no show do menudo.

*lágrima escorre pela face esquerda*

na verdade, eu nem cogitei em ir no show, porque já sabia que eu não ia mesmo. eu não tinha nem 10 anos, (apesar que minhas amigas de 10 anos, foram!!!) e além dos meus pais ou responsável não deixarem eu ir com os pais dessas minhas amigas, eles não tinham paciência de me levar até o estádio, pegar fila prá entrar, ser massacrado, pisoteado, tudo isso debaixo de sol e chuva. que mal há nisso, minha gente?? tsc, tsc...

mas, vendo minha tristeza, meu pai teve uma ótima idéia:

(pai): te levo na porta do hotel prá ver o menudo, tudo bem?

(eu): clarooooo!!!

fui toda feliz. me lembro que era um domingo á noite. meu pai me leva na porta do hotel, vejo aquela horda de fãs histéricas, e eu pensando que eu ia fazer parte delas, que nada... meu pai apenas passa devagarziiiiiiiinho em frente ao hotel, e comassim bial?? eu não ia ficar ali na frente do hotel, gritando? chorando? tirando a blusa e o sutiã mostrando os tetão? (mentira).

nem deu tempo de abaixar o vidro, simplesmente a cena do hotel ficando prá trás, cada vez mais prá trás é que ficou de lembrança daquele dia. menudo que é bom, niente...

pior foi na segunda-feira, na porta do colégio... todas minhas amigas foram no show do menudo.

(amiga): ai, e quando eles tocaram "quero ser", não foi lindo???

(outra amiga): ai, preferi quando o ricky cantou "rayo de luna"

(eu) *inveja*

mas eu não podia sair por baixo, não mesmo... diante de tanta "humilhação", kkkk eu tive que inventar uma história.

(amiga): e você, fabiana? foi no show do menudo?

(eu): não. mas, mas, mas eu fui no, no, no hotel... isso, eu não fui no show, mas eu fui no HOTEL ver o menudo *olhos arregalados denunciando a mentira*

(todas as amigas): JURAAAAAAAAAAAAAAAA???

a partir daí, todas as atenções concentram-se em mim, a única menina que foi ver o menudo no hotel. (a-hã, sei...)

(eu): siiiim, fui no hotel vi o ricky martin bem de perto, todos eles.

(amiga): nossa, bem que meu pai podia ter me levado no hotel... tsc,

(outra amiga): humpft. nem vi direito o show, devia ter ido ao hotel!!!!

(uma outra amiga): buáááááááááááá

(eu): levanta a sombrancelha esquerda e empina a boca.

essa cena resumindo o fim desse post.

aquele da barbie

eu sou tão velha, mas tão velha que quando eu nasci, não existia barbie aqui no brasil. ela só foi chegar em 1982, quando eu já tinha 5 anos.
e naquela época, comprar uma barbie era muito, mas muito caro. então, pais, mães e responsáveis passavam fome durante um ano, foram despejados por não pagarem o aluguel, ficaram com a luz, água e esgoto cortados somente prá conseguir juntar dinheiro prá comprar a tal boneca. porque "ai da menina que não tivesse uma barbie". simplesmente ela não teria mais amigas, nem colegas, tampouco vida social. estaria condenada à viver no exílio para sempre. todo mundo tinha que ter uma barbie, entendido?? se tivesse duas, então, melhor ainda!!!!
foi uma febre. crianças que não tinham barbie ficavam doentes, entravam em coma, se suicidavam (mentira) e o negócio tava ficando sério... até meninos queriam ter barbie, com a desculpa de "ahnn, meu falcon precisa de uma namorada". a-hã, sei... tsc,
eis que a MINHA VIZINHA na época ganhou a barbie em uma ocasião nada especial. não era natal, nem aniversário, nada... digamos que ela foi um pouco persistente na loja de brinquedos...

(eu) - thais, como você ganhou a barbie, menina???? que babado!!!!
(thais) - ahnnn meo, aprende comigo: chega na loja você chora, se joga no chão que você ganha!!!
(eu) - ahnnnnnn.... adoro!!!

(eu, na loja de brinquedos dias depois) - mãe, olha a barbie!!!!
(mãe) - é mesmo, no natal você ganha uma!!!!
(eu) - natal??? mas hoje é dia 2 de janeiro!!!! *exagero*
(eu, pensando) - hummmm, usarei a técnica de thaís
(eu) - nãooo, eu quero agoraaaaaaaa!!!!!!! *se joga no chão e chora*
(mãe) - que porra é essa??? você tá louca? pow, soc, plaft, trash, pow, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiii.

sem barbie e ainda espancada...

(thais) - meoooo, e aí? deu certo?
(eu) - claro que não *usando óculos escuros prá disfarçar o roxo dos olhos*
(thaís) - tudo bem, eu deixo você brincar com minha barbie até o natal!!!

crianças ás vezes podem ser muito solidárias...

e passei o ano todo brincando com aquela boneca, mas não era a mesma coisa, não era MINHA barbie.
até que chegou o natal...

tharããããããããã, eis que debaixo da árvore eu encontro quem, quem, QUEM???

*eu sou a barbie e faço carão*


abro a caixa em êxtase. que lindaaa!!!! ela veio com tudo!!!! pentinho, escovinha, colarzinho, anelzinho, ócul.... opa. cadê o óculos da barbie??

cadê o óculos da barbie???

não é justo, demorei tanto prá ganhar a barbie e ela vem sem óculos!!!

(eu) - pai, vamos reclamar na loja, minha barbie veio sem óculos!!!

(pai) - sua barbie por acaso é cega prá precisar de óculos??

it´s over, acabou o assunto.

mas é que as coisas da barbie são tão pequeninas, que o óculos estava no fundo da caixa, e eu nem tinha visto. na hora que eu vi, fiz aquela cara sem graça de "rs, tá aqui"

só sei que essa boneca me acompanhou por um booooom tempo. depois ela adquiriu mais amigas (outras barbies vieram), adquiriu um namorado (ganhei o ken!!! - que na minha época era o bob), adquiriu um outro corte de cabelo (rsrsrsrs, eu cortei!!), roupas novas (que minha mãe fazia) e uma casa completa, com todos os móveis...

com certeza ela foi a boneca que eu mais brinquei. faz as contas: dos cinco até os 29 anos (mentira)

7 de fev. de 2009

aquele do primeiro dia de aula



o meu maior sonho era entrar prá escola. era tudo o que eu mais queria e desejava naquele meu mundo de 4/5 anos.

(pai&mãe) - o que você quer de presente de natal?
(eu) - entrar na escola.
(pai&mãe) - que domingo lindo!!!! o que você quer fazer hoje, filha?
(eu) - minha matrícula na escola.
(pai&mãe) - mas você precisa fazer cinco anos prá entrar no colégio.
(eu) - humpf, cinco anos que nunca chega. vai demorar um século.

enfim, os tão desejados cinco anos chegaram, e de presente de anivesário ganhei a matrícula e os cadernos prá escola. (pai&mãe = economia forever).
a escola era na rua de cima da minha casa, e eu lembro que fui correndo na frente da minha mãe, pensando em quantas crianças eu ia conhecer, em quantas amizades eu ia fazer, em quantos namorados eu ia ter, nos meus futuros clientes no meu consultório de odontologia (mentira).
chego na porta do colégio a cena que vejo é a seguinte:

tsc, idiota


minha primeria decepção com seres humanos, obrigada.

mas eu nem fiquei amedrontada com o chororô das crianças, e prá provar prá todo mundo (inclusive prá mim mesma) que eu era mais adulta que aquelas crianças choronas, deixei minha mãe prá trás, nem dei tchau, fiz carão e entrei no colégio como se eu já tivesse feito aquilo várias vezes na minha vida. e quem ficou chorando foi minha mãe, no maior estilo "minha filha criou asas" *drama*

ao entrar no colégio, o primeiro susto:

SALA DO PRÉ KD?
um colégio enorme, (que hoje nem acho tão grande assim), com váááárias salas (que nem eram vááárias assim), e sem minha mãe que eu tinha deixado prá trás, é claro que eu ia me perder mesmo. depois de entrar na sala do colegial e ver que aquelas crianças não eram tão crianças assim, e depois de segurar o choro algumas vezes (assumo) perguntei prá um funcionário com minha vozinha de criança:

(eu) - onde é o pré?

e ele me levou até a sala de aula. depois disso, é só história.

4 de fev. de 2009

aquele do esporte:

que esporte é bom prá saúde, isso todo mundo sabe. prá emagrecer, então!!! nada melhor.

emagrecer???

*disse a palavra mágica para meus pais.*

então, eles resolveram que eu tinha que fazer algum tipo de esporte prá perder peso e gastar toda a energia típica de uma criança de 7/8 anos. na hora de decidir qual esporte, nem teve muito diálogo.
1 - menina,
2 - escola de ballet clássico ali do lado,
foi ele mesmo. o ballet clássico que decidiram que eu ia fazer.

agora me responda, caro leitor: quando você pensa em uma bailarina, qual a imagem que vêm á sua cabeça?

alternativa a-)
alternativa b- )

claro que eu correspondia a alternativa b.
(eu) - comassim, fazer ballet? eu não posso fazer ballet, meu corpo não é pro ballet. meu corpo é mais pro, pro, pro SUMÔ!
(pai&mãe) - mas você faz as mesmas coisas que as outras bailarinas.
(eu) - sim, até faço. mas leveza kd?
(pai&mãe) - você vai emagrecer com o ballet *pega a sapatilha e põe no meu pé.*
passa o tempo e o bendito do ballet que todo mundo achava que ia fazer com que eu virasse uma sílfide não fez resultado nenhum.
*decepção*, tava todo mundo apostando todas as fichas nele!!!
meus pais passaram um bom tempo acreditando que ballet emagrecia. (não, não emagrece), que eu tinha o dom da dança em meu corpo (não, não tenho o dom da dança em meu corpo), que eu ia conviver com pessoas de hábitos saudáveis (não, não é um ambiente saudável com a anorexia, bulimia detected),
mas todos esses sonhos e crenças foram por água abaixo quando eles me viram na apresentação do fim de ano do ballet, a última, quando eu já estava com 15 anos. pois no começo era até fofo, caramujinha ver uma bailarinazinha de 7/8 anos, gordinha, toda guti, guti fazendo plié, com tutu, no teatro cultura artística lotado. agora com 15 anos, isso já beirava o, hummmm, ridículo, no mínimo. saí da apresentação e eles me levaram direto prá uma academia de natação!!