28 de dez. de 2011

aquele do primeiro beijo

enquanto todas minhazamigas já estavam tendo bebês, casando, DSTS (mentira) eu ainda nem tinha beijado. pfffff... como eu já disse em posts anteriores, atraso era o meu nome e é assim até hoje, vamos combinar. 35 nas costas, nunca casei, nunca engravidei e assim a vida continua não é mesmo minha gente????!!
só sei que eu já estava com 16 - prestatenção - DEZESSEIS anos e ainda não tinha beijado. prá falar a verdade, faltava uma semana pro meu aniversário de dezessete anos quando eu beijei a primeira vez, enfim... se estivéssemos em 1900 seria até normal eu ter 16 anos e nunca ter beijado, mas estávamos em 1993, entenderam? 1993 - MIL NOVECENTOS E NOVENTA E TRÊS e eu nunca tinha beijado. (pangua era meu nome e sobrenome)
eu já tinha ido a milhões de festas, bailinhos... e nada. ninguém, repito NINGUÉM se interessava por mim, (a não ser do bailinho na casa da cynthia, que eu não fiquei com o menino gatinho porque eu estava apaixonada por outro - leia posts anteriores) eu sempre fazendo MUITO BEM meu papel de vela com minhas amigas, primas e eu estava pensando até na possibilidade de ir prá um convento (eu era dramática) afinal, era a única coisa que me restava não é mesmo??

a realidade é que eu estava ficando DESLOCADA. claro né, as conversas das minhas amigas eram quantos meninos beijou em tal bailinho, quem tinha beijado o menino mais gato do colégio, que aquele outro menino que nem era tão bonito assim tinha um "beijo mara". ou seja, quando se tinha 15, 16 anos em 1993 as conversas giravam em torno de uma palavra só - BEIJOS. (isso mesmo, no plural)

até que minha prima me convidou prá uma festinha:
(prima) - vamos pro aniversário do meu namorado, vai ser legal!!!
(eu) - pffff, afffe, ah não!!!
(prima) - então, o ALÊ vai nessa festa!!!
(eu) - pffff, E????

o alê era um amigo do namorado dela que eu tinha achado bonitinho. e rolava um boato que ele tinha me achado bonitinha também e todo mundo estava dando "uma força" prá gente ficar junto. mas a verdade é que eu nem acreditava mais nessa possibilidade. prá mim, eu estava fadada a morrer sem nunca ter beijado.
mas dessa vez a minha prima tinha uma carta na manga:

(prima) - se liga no babado, eu tenho um negócinho aqui que vai fazer o alê ficar com você de qualquer jeito!!! muuuaaaahhaahahah (risada maléfica de bruxa)
(eu) - credo, macumba?
(prima) - quase isso!!! muuuuahahahahaha (risada maléfica de bruxa)
(prima) - olha só o que eu comprei prá você usar nessa festa!!!!!

leitores, VEJA BEM o que a minha prima me comprou prá que eu beijasse o tal do alê...




UIA, O QUE É ISSO????????

claro né leitores, se eu nunca tinha NEM BEIJADO como que eu ia saber o que era aquilo???

e ela me explicou:

(prima) - então, isso é um perfume AFRODISÍACO. se você usa ele, qualquer homem fica doidinho por você, fica com você, te pede em namoro e casamento. (gente ela era ingênua)
(eu) - isso não existe!!
(prima) - claro que existe, uma AMIGA minha usou esse mesmo perfume e ela tá namorando!!!
(eu) - uia, o negócio é do babado então!!!
(prima) - tô te falando...

na hora eu comecei a me arrumar prá festa e não esqueci do detalhe, né? derramei o vidro todo daquele perfume em cima de mim e tava crente que tava A GOSTOSA. (coitada hahahahaha)
chegamos na festa e o alê (meu alvo macumbado muahahaahaha) estava lá. e é claro que a nossa conversa não passou disso:

(eu) - ooooooooi alê *faz voz sexy, põe a mão na cintura, levanta o ombro e pisca os olhos freneticamente*
(alê) - oi fabi, belê!!!?

PERAÊ: "BELÊ"??????????

(eu) - pffffff karla, esse perfume é zuado... não tá dando certo não!!!
(prima) - calma, você acabou de chegar na festa!!!
(eu) - mas MACUMBA é MACUMBA!!!

e as horas passaram, claro que eu não fiquei com o alê. a festa estava acabando, as pessoas estavam indo embora (inclusive o alê) quando de repente:

(celso) - oi GATINHA!
(eu) - ??????
(celso) - então, rola da gente ficar junto?
(eu) - claro que não, táloco hahahahahahahaha (eu era sincera)
(celso) - porque não??
(eu) - porque você tem idade prá ser meu pai. (eu era sincera)

na verdade ele não tinha idade prá ser meu pai. ele tinha 28 anos, e eu 16. mas é que quando a gente tem 16 anos, qualquer pessoa que tenha mais de 18 é considerada VELHA e TEM IDADE PRÁ SER NOSSO PAI. fato.

(celso) - queisso gatinha *e vem me abraçando*

e naquele abraço saiu meu primeiro beijo. não teve xaveco. não teve atração física. foi sem eu esperar. é que eu achava que dali só ia sair um abraço mesmo, e que se ele tentasse me beijar ia dar tempo de eu virar o rosto, sair correndo, dar um tapa na cara dele, enfim... mas não deu tempo de fazer nada disso. quando eu vi eu já estava dando meu primeiro beijo. a verdade é que ele era um homem né? não era um adolescente. talvez se ele fosse um adolescente como eu, talvez até desse tempo de eu desviar o rosto. na hora a única coisa que eu pensava era:

*MALDITO PERFUME DE MACUMBA!!!!!*

e claro que a trilha sonora do meu beijo foi a voz da minha prima, gritando: (como se a cena de eu estar beijando um cara 12 anos mais velho já não fosse tão ridícula, né?)

UHUULLLL!!! OLHA ESSE PERFUMINHO RESOLVEEEEEE!!!!

prá falar a verdade eu estava morrendo de vergonha da situação: um cara beeem mais velho, estranho, nada bonito, minha prima ali do lado testemunhando um momento tão meu... enfim, eu prometi prá mim mesmo que não ia falar prá mais ninguém que eu tinha feito essa cagada, mas QUEM CONSEGUE GUARDAR ESSE TIPO DE SEGREDO?? ninguém...

na segunda-feira no colégio:

(eu) - tati, beijei! *se esconde atrás da cortina*
(tati) - me fala!!!!!
(eu) - 28 anos, blá, blá, estranho, blá, blá, não era bonito, blá, blá, USEI PERFUME DE MACUMBA, bla, blá, blá...
(tati) - que massa, você é super MODERNINHA, amiga!!
(eu) - ????????????

e no final minha amiga achou super cool eu ter dado meu primeiro beijo num cara totalmente estranho e 12 anos mais velho e na base da macumba. passei de DESLOCADA a DESCOLADA no prazo de um fim de semana. agora eu era A MODERNINHA. afinal, naquela época as meninas não beijavam qualquer um... no mínimo sentia uma atraçãozinha né? mas como em tudo na minha vida, o meu primeiro beijo tinha que ser do avesso. fato. na época prá fazer o que eu fiz tinha que ter atitude. e mesmo sem ter, eu acabei tendo.

enfim, eu já era uma pessoa beijada. já fazia parte do mundo socio-econômico-cultural do mundo, já podia participar de fóruns e debates á respeito do ato de beijar e/ou ficar. não tinha mais motivo prá reclamar da vida ou do universo. meu primeiro beijo serviu somente prá isso. fim. próximo post, please...

20 de dez. de 2011

aquele do dia que eu quebrei o tornozelo do meu primo

taí uma coisa que nunca aconteceu comigo: quebrar o pé, a perna, a costela, o crânio... quando eu era criança eu tinha uma invejinha daquelas crianças que quebravam alguma parte do corpo e depois aparecia com aquele gesso na escola prá todo mundo assinar. quem ligava prá dor? o que importava era se quebrar todo prá ter o gesso assinado no melhor estilo "sou foda, mano".

pois então, eu nunca tive esse gostinho... e dentre todas minhas amigas, a daniele era a recordista em quebrar alguma coisa. chegou uma época que eu nem ia mais visitar a bonita, porque né? todo mês era uma fratura nova.

(daniele) - nossa ganhei uma bicicleta e me quebrei toda!

(eu) - putis que legal!!! (como era bom ser masoquista, não é mesmo minha gente?)

mas hoje eu vejo que essas fraturas da daniele eram realmente estranhas... prestatenção no nível:

(daniele) - nossa ganhei um patins e me quebrei toda!

(eu) - eu quero!!!

(daniele) - nossa, desci a rua correndo e me quebrei toda!

(eu) - hum

(daniele) - nossa, ganhei uma bola de vôlei e me quebrei toda!

(eu) - a-hã...

(daniele) - nossa, ganhei uma BARBIE e me quebrei toda!

(eu) - ...

enfim, isso não era coisa de gente normal. fratura normal, fratura de gente normal foi quando meu primo quebrou o tornozelo. melhor: quando EU quebrei o tornozelo do meu primo. (a-hã, normal, sei...)

não foi proposital, o babado foi o seguinte: eu estava em casa com esse meu primo quando tivemos a seguinte idéia:

(primo) - vamos amarrar meu pé no seu e sair andando???

ali eu vi a chance que eu nunca tive na vida - de quebrar alguma parte do meu corpo e colocar gesso. (gente eu tinha problema)

(eu) - vamos!! mas a gente sai andando, pulando, correndo, virando estrela e dando cambalhota, topa?

(primo) - TOPO

não precisava ser vidente prá saber que essa idéia IA DAR BOSTA, NÉ? (fato)

amarramos nossos pés, meu pé no dele e começamos a pular no meio da sala. pula uma vez, duas, três... até que a gente cai no chão....

*CRECK*

PERAÊ, QUAL O BARULHO QUE EU OUVI, PRODUÇÃO????

*CRECK*

(eu) - JESUSSSSS, QUEBREI UM OSSOOOOOOOOOOOOOOOO, QUE BELEZAAAA!!!

(primo) - hahahahahahah AIIII

(eu, pensando) - uéééééé, não to sentindo dor nenhuma

(primo) - hahahahahaha que divertido, vamos pular de novo AIIIIIIIIII

e quando ele foi levantar, CADÊ QUE ELE CONSEGUIA COLOCAR O PÉ NO CHÃO????? simplesmente eu pesando mais de uma arroba tinha caído em cima do pé dele e quebrado seu tornozelo. (e meus ossos continuavam intactos, obrigada.) isso não era justo minha gente, ele já tinha tido várias fraturas antes, essa era A MINHA VEZ!!!!!! A MINHA CHANCE!!!!!!!!

o pior da história vem a seguir: ter que contar prá MINHA MÃE a merda que a gente tinha aprontado... *MEDA*

(eu) - mãe, acho que o bira quebrou o pé... *caga nas calça de medo*

(mãe) - nossaaaaaaaaaaaaaaaaa, como????

(eu) -ah sei lá, acho que eu caí em cima do pé dele, hahahahaha

(mãe) - o queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee??????????????? você fez o queeeeeeeeeeee?????????? *se desespera muito*

(mãe) - bira, meu filho, vamos pro hospital!!!!!

(primo) – não tia, eu tô bem e AIIIIIII

e o pé dele inchando cada vez mais, para desespero da minha mãe e inveja da minha pessoa... e não teve jeito... aquela noite passamos no pronto socorro engessando o pé do bira. eu com uma inveja que faria INVEJA a caim e abel. *podia ser eu* era a única coisa que eu pensava.

chegamos em casa, a primeira pessoa que assinou o gesso dele foi eu, claro. escrevi “podia ser eu” e todo mundo ali ficou meio que emocionado, confundindo a minha inveja com solidariedade. e ele passou todos seus dias de gesso na minha casa, coberto de mimos, doces, presentes, jóias, carros, mulheres (mentira) como se já não bastasse ele estar engessado, eu tinha que conviver com tudo isso (o mundo era cruel.)

os dias passaram, ele tirou o gesso, essa minha vontade masoquista passou (terapia faz bem prá todo mundo, minha gente) e prá finalizar a história só duas informações bem curiosas:

1 – a única fratura que eu tive na vida foi no dedinho do pé, em uma ocasião bastante, digamos... PECULIAR... (tema prá outro post) uma semana antes do show do u2 em 1997. fiquei emburradérrima de ter que ir pro show com o pé doendo. Hahahahahahaha

2 – e na ocasião dessa história que eu acabei de contar, da fratura do meu primo, eu tinha 20 anos e meu primo 17 vocês podem mandar nos internar agora beijos.