26 de nov. de 2008

aquele da injeção

eu fui uma criança meio doentinha. sempre com dorzinha de garganta, dorzinha de ouvido, inflamação, dsts, (mentira). e qualquer coisa em matéria de doença, dor, inflamação, alergia, etc e tal era curado com INJEÇÃO. o método mais eficaz no século XX.




I DON´T WANT

(eu)
- mãe, tô com dor de garganta.

(mãe)
-vamos no bruno tomar injeção
*braço direito*

(eu)
- mãe, meu ouvido tá expurgando.

(mãe)
-vamos no bruno tomar injeção.
*braço esquedo*

(eu)
- mãe, tô com tosse.

(mãe)
- vamos no bruno tomar injeção.
*bumbum direito*

(eu)
- mãe, tô com bicho de pé.

(mãe)
- vamos no bruno tomar injeção.
*bumbum esquerdo*

(eu)
- mãe, tô morrendo

(mãe)
- vamos no bruno tomar injeção.

(eu)
- comassim?? em que lugar??

e nesse dilema de ter um corpo totalmente picado e dolorido, meu pai faz uma brincadeira que revolucionou minha vida.

(pai)
- ahnn, mas o bruno tem aquela injeção que não tem agulha, né bruno?? hahahahaha!!!

(eu)
- verdade????? obaaaaaa!!! não vou mais morrer, pode dar!!!

(pai/mãe & bruno)
*ela acreditou*

eu tinha 12 anos. **shame**

e toda vez que eu tinha (tenho) que tomar injeção eu ia (vou) no bruno, porque lá a injeção dele não tinha (tem) agulha e não doía (dói).

fim do post.

22 de nov. de 2008

aquele da prima:

sabe aquela prima que a gente odeia quando criança?? todo mundo tem uma, isso eu te garanto. e se você não tem, que triste prá você. a melhor coisa que tem no mundo é termos uma prima como inimigazinha.
agora me responde se tem como não odiar uma prima que tinha uma caloi ceci, cabelos lisos e loiros e tênis bublle gummers??
não, não tem.
e ainda por cima *ela* têm a minha idade. aliás, primos nunca deveriam ter a mesma idade. isso é a coisa mais irritante do mundo.
e foi ódio a primeira vista, recíproco. devíamos ter uns 5 anos, e eis que o nosso primeiro encontro se deu da seguinte forma: *ela* me flagrando em cima da sua bicicleta, andando escondida. tipo flagrante total mesmo. kkkk. não tinha como *ela* gostar de mim e vice-versa.
é claro que existia toda uma formalidade para que nos tornássemos amigas.

(tia)
- aiii, que bom que você veio fabiana!!! daqui a pouco *ela* chega e aí vocês brincam juntas.
(eu)
- *ai meu cú*

(outra tia)
- aiiii, aposto que um dia vocês serão melhores amigas!!!
(eu)
- NO WAY, *revira os olhos*

(tio)
- deixa a fabiana brincar com seu lego??
(*ela*)
- *silêncio*

e assim passaram os anos, *ela* foi prá outra cidade, nunca mais vi, nem lembrava mais. *mentira* - a gente nunca esquece uma prima que tem um tênis bublle gummers.
até que teve um reencontro. *drama* e inocência pensar que ódios infantis não permanecem. eu juro que pensava que era uma implicânciazinha de crianças mimadas, mas enfim... estávamos na mesma festa e quando a vi, depois de uns 20 anos eis que *ela* me surge mais loira, mais magra e com o cabelo mais liso. e ao invés da bicicleta ceci, ela tinha um carro zero kilômetro na garagem. o namorado dela era o moço mais bonito, apaixonado e educado da festa, planejando a lua de mel em báli e ainda por cima fiquei sabendo que *ela* era amigona do peito tipo erasmo e roberto de uma cantora pop muuuito famosa, que eu não vou dizer o nome. ahh, digo sim, *ela* é amiga da sandy, prontofalei.
ou seja, *ela* era perfeita, e o meu ódio de criança aumentou proporcionalmente ao desdén com que ela me olhava. então, se com 5 anos a gente já se odiava, com 25 a gente queria ter um vo-doo da outra debaixo da cama.

o tiro de misericórdia:

(eu, pensando)
- hahahahaha, *ela* deve ser burra, quer ver só???
(eu, falando com *ela*)
- então, (sua maldita kkkk) eu tô fazendo psicologia e você. *estufa o peito e fala psicologia beeeem devagar*
(*ela*)
- ahnnn, eu tô fazendo odonto.
(eu)
-brigada. *fuén, fuén, fuén*

21 de nov. de 2008

aquele da foto

eu sou do tempo que um fotógrafo batia na porta da sua casa e aí se a sua mãe/pai ou responsável tivesse um dinheirinho sobrando, você tirava as fotos e depois de um mês vinha o álbum. e isso virou uma mania, e no final das contas todas as crianças da época tinham um álbum mais ou menos com as mesmas poses.
- criança falando ao telefone. (tenho)
- criança descendo a escada. (tenho)
- criança mexendo no botão da televisão. (tenho)
- várias carinhas diferentes da criança em uma foto só. (tenho)

o mais engraçado, lógico, eram as fotos tiradas em casa. isso se o seu pai soubesse como tirar o filme da máquina, o que não era o meu caso.
as poucas fotos que tenho são tiradas pela minha tia. e justamente pelo fato dela ser minha tia e não meu pai ou mãe, ela não cobriu todos os eventos of my life. e eram sempre com os mesmos primos, of course. fotos tiradas pelo meu pai somente as de uma polaroyd que ele tinha até eu fazer um ano. aí ele trocou a máquina por outra, DE FILME. aí o que era prá ser uma foto assim:

familia, 1985.

ficou assim:



foto, cadê?


era sempre a mesma coisa: meu pai tirava fotos e se esquecia de REBOBINAR o filme. (se você tem menos que 20 anos, não vai entender o que eu estou dizendo).

(eu)

- paiiiiiii, não abre a máquina antes de rebobinar o fil...

(câmera)

- ziiiiiiiiip, ziiiiiiip, zip *filme saindo*

final da história:

- fotos de festa junina. fail

- fotos do ballet. fail

- fotos de festas em casa. fail

- milhares de fotos parecidas, sempre com os mesmo primos. (tenho)

5 de nov. de 2008

aquele da sinceridade:

se você, cara leitora, foi uma menina antenada na década de oitenta, com certeza você teve um caderninho de recordações, onde todas suas miguxas (ou não) te deixavam uma mensagem prá posteridade.
olha que singela a mensagem que uma miguxa escreveu prá mim há 23 anos atrás:


pontos importantes à serem destacados:

  • ela me acha boba.
  • e cita a minha bochecha molinha.
  • eu sou a décima melhor amiga dela, isso é o ápice da declaração. kkkk
    e eu te pergunto: criança é ou não é um bicho muito sincero?? (e perverso)

3 de nov. de 2008

aquele do medo da minha mãe:

minha mãe diz que seu maior medo materno foi o dia que ela descobriu que eu tinha vermes. (eu tinha 3 anos, ok?). e por causa disso eu teria que tomar um vermífugo eficaz, e no prazo de X dias esse verme seria eliminado do meu organismo. enfim, entre o dia que eu tomei o remédio e o dia em que, digamos assim, este fez efeito, minha mãe emagreceu 40 kilos.
mas isso é mentira. o maior medo dela era que eu fosse em um parque de diversão e andasse naquele brinquedo de "bate-bate".


*tsc, alta periculosidade cadê?*


podia andar na montanha russa, no castelo dos horrores, na monga (kkk), fazer rapel, tirolesa, pular de bung jumping (mentira), mas no carrinho de bate-bate não.

e é claro que esse era o brinquedo que eu mais tinha vontade de andar.

(eu)

- quero ir nesse *apontava pro carrinho de bate-bate*

(mãe)

- esse não, esse é perigoso quebrar o pescoço com o tranco.

(eu)

- WHAT? comassim, quebrar o pescoço em um brinquedo?

(mãe)

- sim, se você for nesse brinquedo, você vai quebrar o pescoço e vai morrer.

(eu)

- a-hã, então tá. e aquelas crianças que estão saindo do brinquedo agora estão muito bem prá quem acabaram de quebrar os pescoços né?

(mãe)

- ou vai na centopéia ou vamos embora.

e prá piorar a situação, um primo meu que estava com a gente nesse parque foi no bate-bate. *drama*, eu lá na centopéia, tentando produzir alguma adrenalina (pffff), e ele lá, no bate-bate, fazendo manobras radicais, desviando rapidamente dos outros carrinhos, praticamente um racha da faria lima em pleno parquinho, velocidade máximaaaaaaaaaaaaa!!!! *screeech* *poft*, *crash*.

silêncio, o brinquedo pára, o resgate chega (mentira). e sai o meu primo do brinquedo com o, o, o, o pescoço quebrado??

não, of course.

com o dente quebrado. e aí, minha mãe me olha com aquela cara de - tá vendo, só??

e eu olho com aquela cara de idiota para ele, mais ou menos assim: "você acabou com a minha última chance de eu andar no brinquedos dos meus sonhos."

e só fui andar no bate-bate no fim do ano retrasado na praia, com quase trinta anos.