e esse desejo aumentou mais ainda quando fui ao dentista pela primeira vez. minha mãe, muito sutil como sempre, foi me preparando o caminho todo para o calvário que me esperava. frases como: "não adianta chorar e nem fazer escândalo", "vai doer, mas você vai ter que ir durante toda a sua vida em um dentista", "você vai sentar na cadeira do dentista e ficar quieta" eram repetidas ao longo dos quarteirões que separavam a minha casa do consultório. você, leitor, há de concordar comigo que essas frases não ajudavam e nem tranquilizavam a criança apavorada que era. eu tinha a certeza absoluta que eu ia no mínimo morrer. mas enfim... cheguei ao consultório, sentei na cadeira e não emiti nenhum som, nenhum ruído, não mexi nenhum músculo, não respirei e meu coração parou de bater. "quanto mais cedo terminasse a minha eutanásia, melhor prá mim", pensei. terminada a consulta (que nem tinha doído tanto assim), ainda ouço um elogio do dentista, algo do tipo: "criança boazinha". mas me encantou aqueles aparelhos, aqueles motorzinhos, aquele cheiro. e é lógico, todo o poder que um dentista tem de deixar uma criança quieta.
passa o tempo, não fiz odonto, fiz outra faculdade e toda vez que eu ouço ed motta eu parafraseio: "se eu fosse dentista a minha vida não seria assim..."
2 comentários:
perguntas (nem tão) pertinentes assim:
1. por que você não virou dentista, afinal?
2. como assim, me encantou o cheiro???
3. como assim, um jogo eletrônico??????
;-)
se tem panelão querendo ser dentista imagina o q ia ter se sua vontade fosse ser matematica. rs.............
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